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terça-feira, 29 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Lírica Trovadoresca - contextualização
Lírica Trovadoresca
Verdades e mitos de
uma época que faz sonhar
Feiras inspiradas nos mercados medievais, ou tentando
reconstituir a vida quotidiana na Idade Média, proliferam todos os verões de norte
a sul do país. Está na moda uma espécie de Idade Média de faz de conta. Depois
do sucesso global de O Senhor dos Anéis, fantasias inspiradas num
ambiente medieval eivado de magia enchem páginas de livros com um público fiel.
E as histórias de fadas, príncipes encantados e anões de gorros pontiagudos
pertencem à infância de todos nós. [...]
Porém, delírios à parte, a verdadeira Idade Média contém em si
mesma todos os ingredientes da evasão. Mesmo que nos compenetremos de que, ao
contrário do que os sonhos sugerem, viver naqueles tempos não devia ser muito
agradável...
O período que designamos por Idade Média estendeu-se por mil
anos, do século V ao século XV, e foi assim batizado pelos humanistas do
Renascimento por ocupar o “grande vazio” situado entre a saudosa Antiguidade
greco-romana e os tempos modernos. É, pois, um período demasiado longo para
poder obedecer a um único padrão. [...]
Quase sempre desenvolvidas à volta do castelo do senhor, as
cidades da Idade Média [...] são exatamente o cenário que as feiras medievais
de hoje pretendem reproduzir. Vielas tortuosas, vendas de rua, animação,
colorido – tudo isto associamos à Idade Média tal como a idealizamos.
Normalmente falta, porém, o elemento realista: as casas escuras e
desconfortáveis, os maus cheiros, a promiscuidade extrema, a total falta de
higiene com ausência de casas de banho e esgotos, a miséria física e moral, a
reduzidíssima esperança de vida (aos 40 anos, quando lá se chegava, era-se um
velho), a tremenda injustiça social e a dureza do quotidiano como um todo
tornam
esta época bastante sombria.
A arbitrariedade e a crueza da recolha dos
impostos é um aspeto que não deve ser esquecido.
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